sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Rose Nascimento - Resgata-me



Ao ouvir,
Palavras que faz machucar o coração
Retrocedi,
Deixei levar-me pelas minhas emoções
Ao olhar,
Em volta só consigo enxergar o mar
Me sinto só,
Sem esperança, sinto que vou perecer
Resgata-me, Senhor

Estenda a Sua mão
Preciso, Oh Pai! do teu favor
Resgata-me, Oh leva-me!
De volta aos Seus braços de amor
Tua presença, oh Senhor!
Resgata-me, Oh enche-me!
Transborda o meu odre outra vez
Dá-me de novo um coração,
Apaixonado por Ti
Nem o vento, nem o mar resistirão
A Sua voz
Então clamarei a Ti em meu favo
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sábado, 24 de setembro de 2011

Ton Carfi - Viver a liberdade

O meu impossível /Florbela Espanca




Minh'alma ardente é uma fogueira acesa,
É um brasido enorme a crepitar!
Ânsia de procurar sem encontrar
A chama onde queimar uma incerteza!


Tudo é vago e incompleto! E o que mais pesa
É nada ser perfeito. É deslumbrar
A noite tormentosa até cegar,
E tudo ser em vão! Deus, que tristeza!...


Aos meus irmãos na dor já disse tudo
E não me compreenderam!... Vão e mudo
Foi tudo o que entendi e o que pressinto...


Mas se eu pudesse a mágoa que em mim chora
Contar, não a chorava como agora,
Irmãos, não a sentia como a sinto!...

domingo, 11 de setembro de 2011

Choro de Mulher

O Teu Riso -Pablo Neruda



Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

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