sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Você pode vencer!

Trazendo A Arca - Me Rendo

Trazendo a Arca - Dono das Estrelas (do CD Pra Tocar no Manto)

A pálida luz da manhã de inverno

 A pálida luz da manhã de inverno,
O cais e a razão
Não dão mais 'sperança, nem menos 'sperança sequer,
Ao meu coração.
O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.No rumor do cais, no bulício do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem menos sossego sequer,
Para o meu 'sperar.
O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.
Fernando Pessoa

Tudo quanto penso

Tudo quanto penso,
Tudo quanto sou
É um deserto imenso
Onde nem eu estou.
Extensão parada
Sem nada a estar ali,
Areia peneirada
Vou dar-lhe a ferroada
Da vida que vivi.
Fernando Pessoa

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Noturno



Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...
Como um canto longínquo - triste e lento-
Que voga e sutilmente se insinua,
Sobre o meu coração que tumultua,
Tu vestes pouco a pouco o esquecimento...
A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando. entre visões, o eterno Bem.
E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, Gênio da Noite, e mais ninguém!!

Antero de Quental

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O FOGO QUE NOS TRANSFORMA




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Como o milho duro, que vira pipoca macia, 
só mudamos para melhor quando passamos pelo fogo: as provações da vida.


A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens, para que eles venham a ser o que devem ser. 


O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, mas que, pelo poder do fogo, podemos, repentinamente, voltar a ser crianças!


Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. O milho de pipoca que não passa pelo fogo, continua a ser milho de pipoca. 


Assim acontece com a gente. 


As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. 
Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.


O fogo é quando a vida nos lança em uma situação que nunca imaginamos. 


Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, 
ficar doente, perder um emprego, ficar pobre.


Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão - 
sofrimentos cujas causas ignoramos.


Há sempre o recurso dos remédios que apagam o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. 


Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, 
lá dentro, ficando cada vez mais quente, pense que a sua hora chegou: "vou morrer".


De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Mas subitamente, a transformação acontece: pum! - e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.


Mas existem pessoas PIRUÁS que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. 


Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.


Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida, perdê-la-á." 

A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém.


Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás, que não servem para nada. Seu destino é o lixo.


Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira. 
 Rubem Alves -
                                                                                                            

A vida é feita de Caminhos...

" Quando não se ama demais, não se ama o suficiente "

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A FORÇA DO PERDÃO

Vendaval



Ó vento do norte, tão fundo e tão frio,
Não achas, soprando por tanta solidão,
Deserto, penhasco, coval mais vazio
Que o meu coração!
Indômita praia, que a raiva do oceano
Faz louco lugar, caverna sem fim,
Não são tão deixados do alegre e do humano
Como a alma que há em mim!
Mas dura planície, praia atra em fereza,
Só têm a tristeza que a gente lhes vê
E nisto que em mim é vácuo e tristeza
É o visto o que vê.
Ah, mágoa de ter consciência da vida!
Tu, vento do norte, teimoso, iracundo,
Que rasgas os robles — teu pulso divida
Minh'alma do mundo!
Ah, se, como levas as folhas e a areia,
A alma que tenho pudesses levar -
Fosse pr'onde fosse, pra longe da idéia
De eu ter que pensar!
Abismo da noite, da chuva, do vento,
Mar torvo do caos que parece volver -
Porque é que não entras no meu penssamento
Para ele morrer?
Horror de ser sempre com vida a consciência!
Horror de sentir a alma sempre a pensar!
Arranca-me, é vento; do chão da existência,
De ser um lugar!
E, pela alta noite que fazes mais'scura,
Pelo caos furioso que crias no mundo,
Dissolve em areia esta minha amargura,
Meu tédio profundo.
E contra as vidraças dos que há que têm lares,
Telhados daqueles que têm razão,
Atira, já pária desfeito dos ares,
O meu coração!
Meu coração triste, meu coração ermo,
Tornado a substância dispersa e negada
Do vento sem forma, da noite sem termo,
Do abismo e do nada!
Fernando Pessoa
“Seja a mudança que você deseja ver no mundo.” 
Mahatma Gandhi,

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

domingo, 9 de janeiro de 2011

“Sou um homem de causas… vive sempre pregando, lutando, como um cruzado pelas causas que comovem, elas são muitas, demais, a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. na verdade somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa, horrível seria ter ficado ao lado dos que venceram nessa batalha.”
 Darcy Ribeiro

CURA ME FERNANDA BRUM

" Aprende a sofrer sorrindo para ensinares a sorrir os que sofrem "

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

"Um dia a maioria de nós irá separar-se."



Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos dos sonhos que tivemos dos tantos risos e momentos que compartilhamos...
 Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... Do companheirismo vivido... Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...
 Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... Nos e-mails trocados...
 Podemos nos telefonar... Conversar algumas bobagens. Aí os dias vão passar... Meses... Anos... Até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo...
 Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas? Diremos que eram nossos amigos. E... Isso vai doer tanto!!! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
 A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos...
 Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado... E nos perderemos no tempo...
 Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...
 Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores... Mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!
 
Fernando Pessoa
Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira.
Cecilia Meireles